A condição do homem diante de Deus

"A Deus seja toda a honra e glória, hoje e eternamente. Amém"
Pr. Fábio Veríssimo Ancelmo

Gênesis 2:16,17:  “E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”

Proposição: “Todo homem nasce espiritualmente morto e assim permanecerá enquanto não nascer de novo”

INTRODUÇÃO

Na mensagem anterior procuramos deixar claro que há apenas dois destinos para o homem tão logo ele parta dessa vida: ou a absolvição (a salvação com promessa de vida eterna nos céus) ou a condenação (que também é eterna, perecendo o homem no inferno).

Embora tenhamos esboçado alguma coisa da salvação SOMENTE em Jesus Cristo, nesta e nas próximas mensagens continuaremos a desenvolver o assunto da SALVAÇÃO apresentando o que não salva o homem (que é onde a maioria dos homens tem depositado sua fé) e o que de fato salva o homem (para aqueles que crêem, conforme a Palavra de Deus).

Nosso assunto de hoje é qual a condição atual do homem diante de Deus.

A proposição acima diz que “todo homem nasce espiritualmente morto e assim permanecerá enquanto não nascer de novo”. Essa proposição é verdadeira, pois como lemos nos versículos acima “no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.

A ordem de Deus

A ordem de Deus para o homem (ordenou o SENHOR Deus ao homem”) e a advertência a respeito das conseqüências de sua desobediência (“certamente morrerás”) são claras. É bom anteciparmos que Adão e Eva eram  os únicos existentes naquele período. Eram toda a humanidade existente. Saber disso nos ajudará a compreender algumas coisas à frente.

Segundo o conceito que normalmente temos da morte parece-nos que a punição pelo pecado do homem não foi cumprida. Lemos no capítulo 3, versículo 6 de Gênesis que: “E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também ao seu marido, e ele comeu com ela”

E, segundo o que temos nos versículos seguintes, nem Adão e nem Eva morreram como sabemos que os homens morrem. O que aconteceu então? Será que a Palavra escrita de Deus possa conter erros ou ter sido registrada erroneamente?  Será que não era bem essa a punição que coube a Adão e Eva? Ou será que Deus mentiu? Teria Ele se arrependido ou se esquecido?

De forma alguma. Nem uma coisa aconteceu, nem quaisquer das outras. Deus afirmou que se o homem O desobedecesse, se o homem comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal, certamente morreria. E isso, com toda a certeza, foi cumprido em Adão e Eva.

A palavra de Deus, infalível e inerrante, como cremos ela ser, diz: “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria Ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?” – Números 23:19. Pelo menos três afirmações são possíveis de serem extraídas dessa passagem: 1-Deus nunca mente; 2-Deus não se arrepende, e 3-tudo o que disse cumprirá.

Então, tão certo como você lê essas poucas linhas sobre a condição de todos os homens ao nascer, Deus cumpriu sua palavra em Adão e Eva.

A eternidade do homem

Temos um conceito falho sobre a morte. Morte não significa término da vida. Não significa que tudo acabou.
Na verdade, na morte de um homem o que ocorre é a separação de seu corpo físico (que volta a terra, como o era) de seu espírito (que volta a Deus que o deu) – Eclesiastes 12:7.

“E o pó volte a terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” – Eclesiastes 12:7

Este corpo físico é desfeito, mas o espírito continua vivo e consciente. Quando afirmamos na mensagem anterior sobre a salvação eterna e a condenação eterna, fica claro que estamos considerando que a vida após a separação desse corpo físico (morte) continua e será eterna tanto para aqueles que estarão com Cristo nos céus, como para aqueles que serão eternamente condenados.

Eternidade é não ter fim. Tudo que tem um fim é porque nunca foi eterno. E a nossa eternidade não pode ser diferente disso. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus:

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagemconforme a nossa semelhança” – Gênesis 1:26

Entre as muitas coisas que mostram nossa semelhança na criação (fique bem claro, que é quanto à criação e não quanto à divindade) é que temos espírito, como Deus é espírito, e que este espírito é eterno, como Deus é eterno:

Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” – João 4:24

“Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus” – Salmos 90:2

“Mas os santos do Altíssimo receberão o reino, e o possuirão para todo o sempre, e de eternidade em eternidade” – Daniel 7:18

“Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” – Mateus 25:41

O Salmos 90:2 fala da eternidade de Deus. Em Daniel 7:18 usa o mesmo termo para falar da eternidade dos salvos. Em Mateus 25:41 lemos da eternidade da condenação daqueles que não forem salvos. Se a condenação é eterna é porque também os homens condenados serão eternos. Negar a eternidade dos homens, mesmo que somente para os condenados, é negar também a eternidade dos anjos, pois o texto de Mateus 25:41 diz que tanto os homens condenados como o diabo e seus anjos perecerão no fogo eterno.

Se então é assim, o que quis Deus dizer quando falou “certamente morrerás”? Como foi exatamente que a punição de morte a Adão e Eva foi cumprida?

A morte do homem

Ao desobedecerem a Deus não houve fim da vida desse corpo físico, como sabemos e ficou claro acima, mas houve a separação da comunhão (glória) de Deus, a morte espiritual do homem. Todos os dias estava Deus com o homem e essa comunhão foi perdida. Isso não significa dizer que Adão e Eva perderam apenas o contato diário com Deus.

A palavra de Deus é forte e clara: certamente morrerás. Algo mais aconteceu com o homem cumprindo essa palavra em sua vida. Veja, por exemplo, Efésios 2:1,5:

“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados... estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou com Cristo (pela graça sois salvos)” – Efésios 2:1,5

“E quando estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as vossas ofensas” – Colossenses 2:13

Não nos deteremos muito nesses versículos, mas o que importa para o momento é a afirmação que o homem está espiritualmente morto em ofensas e pecados. Todos nascem assim. Lemos ainda em Romanos 6:23: “Porque o salário do pecado é a morte”; e em Isaías 59:2: “as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça”

A expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden revela o quão distante o homem pecador está de Deus e a impossibilidade do Deus santo poder habitar junto com o pecado. A justiça de Deus exige a punição do pecado. Se assim não fosse, não seria justiça. Portanto, Adão e Eva naquele dia morreram, e os filhos que lhes nasceram não podiam ser de natureza diferente de seus pais.

Um cão não pode gerar um gato. Uma baleia não gera uma galinha. Um leão não pode gerar um pássaro. Um peixe não gera um cavalo. Assim um morto só pode gerar outro morto.

Em I Timóteo 2:14 lemos que Adão não foi enganado para pecar contra Deus. Ele transgrediu a ordem de Deus consciente de suas conseqüências:

E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão” – I Timóteo 2:14

Na mensagem anterior usamos o exemplo da justiça dos homens que pune justamente o transgressor da lei. Que justa retribuição merecia Adão por transgredir deliberadamente o mandamento do Senhor que não fora declarada por Deus?

Culpa compartilhada

Não pense você que nenhuma culpa você tem porque foram Adão e Eva os transgressores. Como dissemos antes, eram eles toda a humanidade existente naquele momento, então é certo que todos os homens pecaram. Mas, Deus não diz isso apenas deles, diz isso também de nós:

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” – Romanos 3:23

Um pouco antes diz: “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequerNão há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus” – Romanos 3:10

E ainda: “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” – João 3:19

E isso Deus diz de todos os homens. Eu e você somos mencionados também aqui. Se você voltar lá pouco tempo depois de Deus declarar a morte do homem, você encontrará Deus falando a respeito daquela geração (dos filhos de Adão) em Gênesis 6:5:

E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” – Gênesis 6:5

Depois disso Deus manda o dilúvio para acabar com aquela multiplicação da maldade (tal qual notamos crescer a cada dia em nosso tempo). Não somos diferentes deles. Os filhos de Adão daquele tempo multiplicaram suas maldades tais quais nós hoje também multiplicamos. Eles, assim como nós, somos naturalmente mortos, naturalmente inclinados ao pecado. Mas, no meio daquela geração perdida, Deus encontrou um homem que Ele mesmo chamou de justo. Veja Gênesis 6:9:

“Estas são as gerações de Noé. Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; Noé andava com Deus”

Mas, mesmo esse homem declarado por Deus como justo e perfeito nasceu morto espiritualmente. Deus o salvou sim, como veremos em outra oportunidade como ele pode nos salvar também. Mas, Noé, em natureza, não era diferente de seus irmãos, como não somos diferentes deles. Veja o que Deus em Gênesis 8:21 quando havia somente Noé e sua família (8 vidas no total, representando e sendo toda a humanidade existente novamente):

“Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice

É assim que nós somos. Por isso somos tão culpados quanto Adão. Se alguém imagina não ser tão culpado quanto Adão, veja ainda:

Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós” – I João 1:8

Agora, se Adão era merecedor da pena de morte, qual deveria ser a justa retribuição pelo seu pecado?

A condição do homem

Essa é a nossa condição tão logo nascemos: mortos espiritualmente. Enquanto não nascermos de novo, não nascermos do espírito essa condição não será mudada.

É muito importante todos entenderem o quanto morto está o homem. Responda sinceramente: existe meio morto? Algum morto tem força para contratar, comprar, vender, constituir família? Pode ele fazer qualquer coisa por menor que seja? A resposta sincera é não. A única coisa que ele pode fazer é decompor-se em seu caixão. E isso não é nada agradável, mas é assim que Deus nos vê:

“Toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco. Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres não espremidas, nem ligadas, nem amolecidas com óleo” – Isaías 1:5,6

Essa não é uma visão nada agradável. Naturalmente repudiaríamos estar na presença de alguém assim. Mas, é justamente o que acontece com o homem diante de Deus. Deveria Deus aceitar o homem nessas condições? Logicamente que não. E, de fato, não o aceita, até que seja transformado.

Por isso, nada do que façamos ou deixamos de fazer pode nos ajudar na salvação, pois que um morto não pode fazer nada. Nem mesmo nossa vontade está em condições de escolher as coisas de Deus. Somos ensinados a orar pelos homens para que Deus lhes liberte a vontade para servirem a Deus. Veja:

“e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão presos –
II Timóteo 2:26

Essa é uma questão importante a se entender porque há muitos que têm procurado fazer certas coisas para ter direito à vida eterna. Outros há que, de boa vontade, imaginam estar agradando a Deus, quando Deus diz que é impossível sermos agradáveis a Ele por nossas obras, por nossos esforços.

O homem não somente não pode fazer nada, como não deseja fazer nada que seja agradável a Deus. Nem mesmo sua vontade escapou de estar corrompida, morta para fazer a vontade de Deus. Não é justo, pois, que a sentença ao homem seja a de morte?

CONCLUSÃO

Ainda que seja esta a condição do homem diante de Deus e ainda que seja justa a sua condenação, Deus não abandonou o homem à própria sorte até receber a justa retribuição por seus pecados, a morte eterna. Ele mesmo providenciou todos os meios necessários para resgatar o homem de sua condenação e fazê-lo viver.

Não podendo o homem fazer nada para que seja salvo, Deus então enviou seu Filho, Jesus Cristo, para que Ele fizesse o que nós não podemos fazer e pagasse a nossa conta.

“E, quando vós  estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com Ele, perdoando-vos todas as vossas ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós em suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz” – Colossenses 2:13-14

Na cruz, por meio da morte, Cristo pagou a nossa dívida (tirou a cédula que nos era contrária, o pecado). Em Sua ressurreição concedeu que fôssemos ressuscitados juntamente com Ele (tivéssemos vida).

Cristo por meio de sua morte e ressurreição concede uma nova vida, faz do morto um homem que tenha vida (Deus chama isso de novo nascimento), fez com que o pecado que nos separa de Deus fosse removido (“dos teus pecados não me lembro”, Isaías 43:25), dá a nós uma vida que é eterna.

Um justo, um inocente precisou morrer para satisfazer a justiça de Deus e para que o pecado fosse justamente punido para que outros pudessem ter vida.

Essa nova vida Deus a dá a todo aquele que crê em seu Filho Jesus como diz a Escritura:

“Quem crê em mim, como diz a Escritura” – João 7:38
“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” – João 5:39
“E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” – João 17:3
“Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou” – João 6:29

Creia você também em Jesus Cristo, em sua morte e ressurreição para salvá-lo da condenação que você merece e será salvo por toda a eternidade. Terá uma vida que não tem fim. Viverá eternamente com Deus.

Continuaremos a falar sobre o assunto da SALVAÇÃO, pois não há nada mais IMPORTANTE e URGENTE para o homem que crer devidamente e corretamente no Filho de Deus para a sua salvação.

Se você tiver dúvidas e quiser dividí-las conosco, mande-nos um e-mail para (ibfepompeia@gmail.com) e não deixe de examinar as mensagens que se seguirão, tendo sempre uma bíblia ao seu lado, pois é nela que encontraremos a verdade.

Que Deus abençoe a sua vida.
“A Ele seja sempre, toda a honra e glória, hoje e eternamente. Amém”.

4 comentários:

  1. Texto abrangente,mensagem edificante e pura,a verdade do evangelho sendo mostrada de forma objetiva. Gostei e fui abençoado com a leitura!!!

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    1. Obrigado Jackson. Que Deus abençoe sua vida e lhe ajude a continuar crescendo na graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

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  2. Muito boa msm,gostei muito. Deus abençoe 🙏🙏🙏🙏

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